GP 20K BALNEÁRIO CAMBORIÚ – 07/09/13

O que nos faz viajar mais de 500km, enfrentar congestionamentos na BR, sentir dor, cansaço?...
Qual é o nome desse alucinógeno tão viciante que nos faz cometer loucuras atrás de provas tão difíceis, distantes, em percursos tão acidentados, íngremes, declinados, desconhecidos, de trilhas, areia, asfalto?
Que amor é esse pelo esporte e por essa “família postiça” chamada JACARÉ DE CONGA que nos faz enfrentar desafios antes jamais imaginados em busca da superação pessoal e do desafio dos seus próprios limites?
Neste final de semana encontrei a resposta para essas perguntas percorrendo cada metro da GP 20K realizada pela empresa SB5 Eventos, prova  de organização exemplar, com distância total de 20 quilômetros que poderiam ser percorridos individualmente ou em revezamento de duplas ou quartetos.
Estavam presentes Cláudio, Maria Luiza, Claudinha, Celinha, Paulo Bis, Yonara, os jaca-mirins Nicolas e Maria Vitória, e a Alcione no apoio...........das caipirinhas...rsrsrs...
O Cláudio e a Celinha como sempre guerreiros se aventuraram no percurso individual, eu (Yonara) e o Paulo dividimos a prova como dupla. E olha, Deus sabe muito bem o que faz... porque eu e o Paulo íamos nos inscrever para fazer o percurso inteiro, só não fizemos isso porque não tivemos com quem deixar as crianças..... quando terminei a prova pensei “se tivesse me inscrito para fazer o percurso inteiro, ia terminar na ambulância...”.
Logo na retirada dos kits, feita pelo Cláudio, tivemos uma boa impressão da prova quando ele voltou dizendo que pela estrutura que estava sendo montada, a prova seria muito boa. Após o almoço todos se arrumaram com pressa para partir para a largada da prova, na linda praia de Taquaras, pra frente do teleférico de Balneário Camboriú, já no caminho para a largada íamos “apreciando” as subidas que fariam parte do percurso da prova, nos preparando psicologicamente para o que iria nos esperar após as 14h, horário de largada da prova. O dia estava propício para um banho de sol, bem poucas nuvens no céu, sol quente, pessoal muito animado, mas a ocasião não seria um banho de sol, nem de mar, e sim um BANHO AZUL da jacarezada que mesmo vendo que a prova não seria nada fácil, estava lá, pronta para largar e fazer o seu melhor.
Na concentração para a prova a organização informa que as ruas pelas quais passaria a prova não teriam seu trânsito fechado, por isso os atletas deveriam tomar cuidado e ir sempre do lado direito da pista, pelo acostamento. Após mais algumas recomendações a largada é feita pontualmente no horário previsto, e daí partem o Cláudio e a Celinha para os seus 20km, e o Paulo para os primeiros 10km do nosso revezamento. Após a largada eu, a Claudinha e a Maria Luiza fomos de carro com as crianças para o ponto de revezamento das duplas, na Igreja do Estaleirinho, também apreciando as belas paisagens que fariam parte do nosso percurso.
Lá, logo as duas partiram para fazer a segunda metade da prova juntas, e eu fiquei esperando o Paulo, que chegou um pouco mais de 1h após a largada, com uma cara nada animadora dizendo “Meu Deus... pense numas 4 subidas iguais a do Morro da Rainha (também em BC)”, passei as crianças e o “posto” para ele e parti para o meu trecho, que já começava com 1,4km de subida bem inclinada em estrada de chão. Conforme a rua fazia curvas, a esperança de que após as curvas houvesse uma descida morria sempre que eu terminava a curva e encontrava mais subidas, nesse ponto já se via muitos atletas que estavam fazendo o percurso solo começando a caminhar, se entregar para o cansaço, após essa subida logo de começo havia uma descida em trilha, bem no meio do mato, onde nem os raios de sol chegavam, pelo menos ali estava mais fresquinho, mas não dava pra descer correndo porque o risco de cair era grande. Após a trilha retornamos ao asfalto para mais e mais subidas, consigo me lembrar de um único quilômetro que eu fiz e que foi inteiro plano, e neste mal deu pra recuperar antes de entrar no trecho que eu considero o mais difícil da minha parte do percurso: praticamente 2 quilômetros de areia FOFA, em Estaleirinho. Mas pense numa areia FOFA DE VERDADE! Tentei chegar mais perto da água, onde imaginei que a areia estaria mais firme, mas doce ilusão, a areia lá estava afundando também até o tornozelo, acabei molhando pés e pernas, que grudaram areia e ficaram pesando 2 quilos cada um. Após 900m correndo neste terreno tive que parar para tirar um pouco da areia das meias e tênis, vi que pessoas atrás de mim fizeram a mesma coisa, cada passo nessa areia parecia agregar mais 1km no cansaço das pernas, os atletas corriam corriam corriam e pareciam não sair do lugar, o trecho era interminável. Quase no limite da fadiga vi que estava acabando, no final da areia vi a Claudinha e a Maria Luiza a frente, e logo depois o Cláudio terminando esse trecho e sentando no pé do morro que nos esperava para tirar um pouco da areia do tênis antes de seguir em frente.
Antes de voltar pro asfalto, quase como uma ironia, os atletas precisavam passar por uma pequena ponte de um tronco só de madeira, depois de ter corrido 2km em areia fofa, e visualizando já a tremenda subida que os esperava. Nessa subida percebíamos os carros passando ao nosso lado na primeira, segunda marcha no máximo, senão não aguentavam subir... imagine nós...........
No pé dessa subida, chegando quase ao décimo oitavo quilômetro de prova havia uma marcação no chão feita pela organização que dizia “você é forte”, daí os atletas olhavam para o morro que os esperava e pensavam “sou sim!” e subiam!
No topo desse morro a vista era maravilhosa, uma descida onde a cada momento via-se ao longe o mar banhado pelo sol das quatro horas da tarde, e ali lia-se em mais uma mensagem deixada no chão pela organização “você já é um vencedor!”, daí era impossível não se emocionar!!
Mas a batalha ainda não havia terminado, faltava mais 1,5km, dos quais 200m de trilha e 600m de, novamente, areia fofa, aí lia-se no chão novamente “agora é só comemorar!”.
Após esse último recado deixado pela organização, visualizando a última prova de fogo que eram aqueles últimos metros de areia fofa, ouvindo o barulho do locutor recebendo os atletas que já estavam chegando, e sabendo que a batalha estava quase no final, tentamos correr/caminhar o melhor que podíamos até o pórtico de chegada, as lágrimas brotando dos olhos, ouvi o Nicolas chamando meu nome na chegada, eu mal acreditava que tinha conseguido chegar.
Já fiz meias maratonas, provas de 28km, treinos longos, mas esses 9,4km da GP 20K de Balneário Camboriú foram com certeza os mais emocionantes da minha vida, me testaram ao máximo, me mostraram do que eu sou capaz, e me ensinaram muitas coisas, não só sobre corrida, mas sobre persistência, sobre amor, sobre família, sobre a vida!
 Muito obrigada família Jacaré de Conga por essa oportunidade, vocês foram uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, obrigada DEUS por esta oportunidade, por esse cenário maravilhoso onde aprendemos tanto!
E que venham muito mais quilômetros, pois ao lado dessa família enfrento qualquer desafio! (Não Cláudio, ainda não estou falando da maratona...rsrsrsrs).


Abraços Yoyo!

4 comentários:

  1. Legal esta prova. Vi quando o carro da Equipe passou por nós na entrada de Laranjeiras. Parabéns a todos os participantes.
    Abçs

    Lily

    www.lilymartins.com.br

    ResponderExcluir
  2. PARABÉNS A TODOS POR MAIS ESTA CONQUISTA...
    QUE JAMAIS SERÁ ESQUECIDA, POIS A EMOÇÃO DE ULTRAPASSAR A LINHA DE CHEGADA,
    COM GARRA, DETERMINAÇÃO É PARA SEMPRE...
    Sassá.

    ResponderExcluir
  3. Simplesmente emocionante a narrativa desta corrida.

    Parabéns a todos!

    Anselmo Cruz

    ResponderExcluir
  4. Show família!! Muito emocionante mesmo!!
    Parabens à todos!!"
    Abçs Wagner Xexa

    ResponderExcluir