8ª CORRIDA DE REVEZAMENTO ENTRE PARQUES - 23/02/2014

Estacionei o carro, subi 4 andares até o meu apartamento, abri a porta e me joguei no chão da sala. Ali permaneci pelos menos uns 10 minutos, como que anestesiado, curtindo um descanso merecido depois de quase chegar à exaustão física e mental no Revezamento dos Parques 2014. Não é tarefa nada fácil coordenar 18 equipes, 10 carros de apoio, 44 atletas (sendo também um deles) em um percurso de 23 km, passando por 5 parques de uma grande cidade como Curitiba.
O trabalho começou bem antes do dia marcado, quando foi lançado o desafio para essa corrida, as pessoas começaram a reservar suas vagas nas duplas ou quartetos, marcamos a reunião para definirmos as equipes e acertamos os detalhes.
Ponto de Encontro
Hoje, 23/02/14, o celular despertou às 5 da madruga. O horário de encontro era às 6:00h. O Sassá registrou essa chegada assim: “Nos encontramos na frente da casa do Claudio, onde já havia vários JACARÉS aguardando. O Samuel prontamente já com tudo anotado e definido entregando os KITS para o pessoal já quase nos finalmente eis que surge a Primeira Dama (Luisa) de roupão para saudar a cada um que ali estava desejando uma boa corrida...” Boa lembrança, Sassá! Acho que temos algumas fotos dessa cena! Então, já a primeira alegria do dia: todos chegando no horário marcado, sem grandes atrasos nem furos. Apenas fui avisado pelo Anderson que a Daiane não poderia comparecer, porém já tinha um “reserva” no time, o Leopoldo, que não conseguiu inscrever-se a tempo. Às 6:15 já estávamos partindo rumo ao Museu Oscar Niemeyer, com paradinhas no meio do caminho para pegar Suzane e Leandro. Foram 10 carros e quase 50 jacarés no transito, entre corredores, incentivadores, fotógrafos e familiares.

No ponto de encontro as últimas coordenadas para a equipe, kits distribuídos, fotos com a galera, e antes das 7:30 quem iria correr o primeiro trecho foi para a largada, e quem tinha que ir para outros parques também pegou seu caminho. Equipe dividida momentaneamente em 4 pontos diferentes da cidade. Ironicamente, o fato de tudo estar dando certinho até o momento fez com que algo desse errado. Como estávamos prontos para a largada saímos antes da hora marcada do ponto de encontro, que era às 7:30. No horário marcado, Gislaine e Marcelo chegaram lá, e não acharam mais ninguém. E pior, foram para a largada, e ao vê-los lembrei que tinha deixado seu kit no meu carro, que a essa hora já estava no Parque Tanguá. Tentei contato com amigos que lá estavam, porém sem sucesso, e, para nossa tristeza a dupla largou sem chip nem bastão. Preciso pedir desculpas publicamente ao casal, pois prometi alguns dias antes para a Gislaine que não haveriam problemas quanto à isso.
Enquanto isso, a equipe que se dirigiu ao Parque Tanguá tinha sua visão dos fatos: Chegando ao Tanguá, estacionamos sem muita dificuldade. Havia poucos atletas presentes, a organização estava montando a tenda do ponto de transição.Nos reunimos na escadaria enfrente ao espelho d'agua, como sempre com muita alegria e descontração tirando fotos (que não foram poucas, rsrsrs) cumprimentado aos amigos colegas que por ali passavam 
Largada – Museu Oscar Niemeyer
Ainda pensando no meu erro, larguei decepcionado comigo mesmo, mas no decorrer do trajeto transformei essa decepção em motivação para chegar o mais rápido possível ao Tanguá, correr até o meu carro e buscar o kit para que ao menos a segunda parte do revezamento eles pudessem fazer devidamente numerados e com o bastão. O percurso, porém, não colaborou com a minha pressa. Muitas e longas subidas não me permitiam desenvolver como eu gostaria. 1 hora e 2 minutos após a largada eu passava meu bastão para o André Matos, e corria em direção ao meu carro em busca do kit. Corri para a esquina para esperar o casal, e nisso passei pela Alessandra, que me mostrou suas mãos e braços esfolados por um tombo que levou no caminho. Mais uma preocupação! Posteriormente descobri que essa queda lhe rendeu dois dias afastada do trabalho. Finalmente entreguei o Kit e parte do peso na consciência ficou pra trás. Bola pra frente!
Transição – Parque Tanguá
Relato do Sassá: “Quando o locutor anunciou que em alguns minutos o primeiro atleta chegaria no ponto de transição, aguardamos já com euforia quando o primeiro atleta chegou não demorou muito já teve JACARÉ apontando no funil: o Anderson Quevedo que revezou com o Jaca Wagner. Logo chegou o Leandro, Cido e os demais foram chegando...” “Saí forte, mas já fui tratando de acertar o ritmo para chegar bem até o Barigui. Durante o percurso até o Tingui passei alguns atletas, fui passado por outros, servi água , dei incentivo para alguns na subida, o mesmo aconteceu ao passar pelo Tingui onde o percurso já é bem conhecido por muitos jacarés. O Fabiano Bissule passou tentei acompanhá-lo mas acabaram-se as pilhas, da máquina tirar fotos e minha também, rsrs, disse a ele ‘faz tua prova’”
Enquanto isso eu esperava os atletas chegarem ao Tanguá, e descobri que o Junior não tinha encontrado a Sandra no São Lourenço para passar seu bastão e por isso tinha continuado, fazendo também o segundo trecho. Mas o que aconteceu com a Sandra!? Liguei para ela e ela atendeu ofegante! Disse que não tinha visto o Junior passar, e no momento estava fazendo o seu trecho, mesmo sem bastão, cumprindo a missão que tinha recebido.
Estava disposto a abortar meus planos de fazer o percurso completo correndo pois estava bem cansado fisicamente e preocupado com os imprevistos que tinham acontecido com a Ale e a Sandra. Porém, ao descobrir que nosso quarteto feminino passaria já com a estrutura sendo desarmada e o transito sendo desbloqueado decidi, por segurança, acompanhar a Débora. Com muitas dores no tornozelo ela sofreu um pouco mas, heroicamente, cumpriu também sua missão.
Transição – Parque Tingui
Na entrada do Tingui o bastão da equipe foi passado para a Suzane, e continuei acompanhando. Logo no primeiro km me arrependi dessa escolha. Eu já estava com 17km nas costas, e acompanhando o ritmo forte da Suzane, as pernas começaram a me trair. Mas, dali não havia mais volta. O jeito era continuar. Dentro do Tingui, no ponto de retorno, ainda ajudamos um competidor que havia acabado de nos passar, e estava passando reto no retorno. “Amigão! É por aqui!!!”
Hora de sair do Tingui e enfrentar as temidas e famosas “Subidas da Trombini”. O Sassá já tinha passado por ali há algum tempo, e conta: “reduzi o passo e encarei, subindo-a toda trotando, sem andar em nenhum momento, até incentivei um atleta que corria ao meu lado, muito ofegante, falei a ele que tivesse calma, vencemos a subida, entramos no Barigui onde estava minha filha Letícia e a Sandra tirando fotos.”  Já eu, cheguei a diminuir o ritmo e falar pra Suzane deslanchar pois eu não agüentava mais e iria tentar uma carona. Porém, não havia mais carona! Todos que iriam para o Barigui já tinham ido. Apertei o ritmo e segui atrás de minha colega, alcançando-a no início da primeira subida. Foi aí que a coisa piorou! Pela primeira vez na vida senti câimbras durante uma corrida. Primeiro os músculos da panturrilha esquerda começaram a puxar bem no meio da subida. Cheguei a achar que não conseguiria fazer esse último km. No topo da última subida a panturrilha direita também começou a gritar. Sentia que os músculos iriam travar a qualquer momento. Na entrada do Barigui um dos dois corredores à minha frente ainda parou e sentou no meio fio para esticar as pernas em uma atitude clara de quem também estava com câimbras. Mas nesse momento, sabendo que a partir dali só haviam descidas pela frente, busquei forças em Deus, alcancei mais uma vez a Suzane e dali fomos juntos, dando o nosso máximo e ignorando o asfalto molhado e perigoso. Ultrapassamos pelo menos 3 equipes, até avistar a linha de chegada e uns 10 jacarés nos esperando. Confesso que me decepcionei nesse momento pois esperava mais amigos para cruzar a linha de chegada... Nosso amigo Wagner foi o segundo jacaré a chegar correndo no Barigui e conta como foi essa experiência:
Após a descida do parque Barigui, já se ouvia a voz do locutor e aí a empolgação toma conta de qualquer um.
Alguns metros antes do portal já se encontravam alguns jacarés dando aquele apoio indispensável a todo que passava e ainda mais quando passava um jacaré! O jaca Elcio  e a Leticia (filha do Sassá) registrando tudo.
Após passar o portal retirei minha medalha e tomei um pouco d`agua, e ainda na aglomeração final encontrei alguns jacatletas e fomos ao encontro dos outros perto do funil de chegada. Foi uma festa só! Um parabenizando o outro e dando incentivo aos que chegavam. Após algum tempo ali, como tinha sido sugerido voltamos um pouco no trajeto para fecharmos o revezamento todos juntos. E assim, fomos vendo passar alguns atletas no seu limite, mas sem desanimar. Alguns paravam para conversar outros, tiravam foto com o Zé Jacaré e logo apontou na pista Jaca Samuel e Jaca Suzane juntos”.

Aqui volto com o meu relato para esclarecer que julguei cedo demais meus amigos! Alguns metros à frente um MAR AZUL nos esperava! Até agora enquanto escrevo esse texto me arrepio em lembrar da cena. Estavam todos lá, nos esperando! O tradicional grito de “É, é, é, SÃO JOSÉ É JACARÉ!” ecoou pelo parque! Até o portal de chegada, inflável, que já estava sendo desligado teve que se erguer de novo para esse bando passar!
Missão cumprida! Sensação de vitória! Comemoração! Fotos! Medalha! Abraços! Tive que procurar um meio fio e me sentar. A visão começou a falhar, cheguei a pensar que iria fazer um fiasco de desmaiar ali. Mania de deixar de consumir algo durante corridas mais longas, mesmo o amigão Bissule já tendo me alertado sobre isso várias vezes. Reuni os caronas, entreguei minha chave do carro ao amigo Guto, que estreou pela equipe neste domingo, e pedi: “Leva pra mim que eu não to legal”.
Enfim chegamos novamente à cena do cara jogado no chão da sala, exausto. Mas nada que um bom almoço e um cochilo no meio da tarde não recuperassem. O cansaço logo passou, mas as lembranças das experiências vividas juntamente com toda essa família não passarão tão cedo da minha memória.  Quanto aos elogios e agradecimentos que recebi no final e ainda continuo recebendo só quero deixar um pensamento que traduz o segredo do NOSSO sucesso nesta prova: “Nenhum de nós é tão bom quanto todos nós juntos!!!”.


Samuka, Sassá e Xexa... 
ou Samuel, Marcio e Wagner, como preferirem!

12 comentários:

  1. Lendo esse triplo relato, mesmo sendo um pedaço meu, me emociono, arrepio e ainda sinto umas fisgadas nas pernas kkkkkkk!! O mar azul invadiu os parques de Curitiba, em uma manhã cinza, mas com muita alegria, respeito e amizade. Todos nós completamos com maestria o que foi designado a cada jacaré, todos estão de Parabéns e um muito obrigado ao Samuel Samuka pela atenção dispensada a equipe!!!
    Abçs Wagner XEXA

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  2. Uauuuuu, parabéns aos que correram, aos que organizaram, aos que apoiaram, aos que incentivaram, aos que fotografaram, aos que acompanharam, aos que escreveram, a todos que fizeram essa festa em equipe!!!

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    1. Tati Parabéns a você também querida, pois foi emocionante vê-la concluindo brilhantemente no final da prova com a expressão alegre, sorriso no rosto, cabeça erguida rumo ao pórtico de chegada, show, valeu....
      Sassá.

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  3. Parabéns a todos por mais esta conquista alcançada...
    A você Samuel pela garra e determinação , em concluir o trajeto inteiro e não abandonar a jacaroa Suzete no final e da forma com qual descreveu no texto, unindo-os passando para quem o lê a emoção vivida neste domingo, com esta equipe grandiosa chamada "FAMÍLIA" JACARÉ DE CONGA...
    Como o Jaca Wagner comentou; Lendo este triplo relato é emocionante, lembrar cada momento vivenciado, foi sensacional...
    Um Grande Abraço a Todos...
    Márcio - Sassá.

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  4. Foi emocionante mesmo. Parabéns a todos os Jacarés que cumpriram brilhantemente seus trajetos, mas especialmente ao meu companheiro de prova Samuel por toda a organização e determinação.

    O relato de vcs traduziu um pouco do sentimento de todos nós, pois essa é uma prova física sim, mas muito psicológica, e a partir do momento que desistir não faz parte do nosso vocabulário, os desafios são sempre superados e as dores viram secundárias.

    O percurso era bem difícil, mas a jacarezada é casca grossa e venceu mais esse desafio, com louvores, atitude digna de uma equipe campeã.


    Abraços.
    Andre Matos

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    1. Valeu André, e que venha o próximo desafio...
      Um Abraço...
      Sassá.

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  5. UM FILME

    UMA HISTORIA ----- REVEZAMENTO DOS PARQUES

    QUATRO CAPITULOS -
    01 - BOSQUE JOÃO PAULO II - SAO LOURENÇO
    02 - SÃO LOURENÇO - TANGUA
    03 - TANGUA - TINGUI
    04 - TINGUI - BARIGUI

    TEMA - ALEGRIA, FELICIDADE, UNIÃO, COMPANHEIRISMO, FESTA, ALTO ASTRAL, QUALIDADE DE VIDA.


    DIRETOR - SAMUEL

    ESCRITORES - SAMUEL, SASSÁ E WAGNER.

    FOTÓGRAFOS - não menciono nomes para não cometer equívocos.

    ARTISTAS PRINCIPAIS - 44 JACARÉS ... muitos para mencionar o nome de todos.

    ARTISTAS COADJUVANTES - não menciono nomes para também não cometer equívocos.............mas tão importantes quanto os artistas principais.

    FIGURINO- MANTO AZUL

    MASCOTE - ZÉ JACARÉ

    CENÁRIO - BOSQUE JOAO PAULO II - PARQUE SÃO LOURENÇO - PARQUE TANGUÁ - PARQUE TINGUI e PARQUE BARIGUI

    CENAS - FORTES, EMOCIONANTES, INVEJAVEIS.

    DUBLE - NENHUM... CADA UM EXERCIA E FAZIA A SUA PARTICIPAÇÃO COM GARRA, DEDICAÇÃO, SUOR E SANGUE. VIVIA O MOMENTO.

    MOMENTOS - DE SUPERAÇÃO, DE ENTREGA, DE FELICIADE, DE OBJETIVO ALCANÇADO E DE MISSÃO CUMPRIDA.

    LIÇÃO - COPIO O SAMUEL "NENHUM DE NÓS É TÃO BOM, QUANTO TODOS NÓS JUNTOS".

    ESPECTADORES - TODOS QUE VIAM O MANTO AZUL PASSAR, TODOS QUE INDEPENDENTE DE ONDEM ESTIVESSEM CONHECEM E ESTAVAM EM PENSAMENTO COM OS ARTISTAS.

    FINAL - FELIZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ...............MUITO FELIZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ

    TERMINOU O FILME.......FILME DE PRIMEIRA, DA MAIS ALTA QUALIDADE.

    PARABÉNS A TODOS, APLAUDO A TODOS.
    AGRADEÇO A DEUS POR TODOS.
    CLAUDIO LUIZ GURAS



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    1. SÓ FALTAVA ESTA PINCELADA PARA FECHAR COM CHAVE DE OURO, SIMPLESMENTE SHOW... ESTE É NOSSO PRESIDENTE...
      SASSÁ.

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  6. EMOCIONANTE... a Corrida e o relato... os olhos ficam marejados de lágrimas... de emoção pura...
    Só tenho a agradecer a essa equipe por me fazer tão feliz... por me colocar em lugares como esse de domingo onde as pessoas são tão felizes tão carinhosos...
    Parabéns Amigos... que nossos limites sejam sempre cumpridos com alegria e superação....

    Amo essa frase e acho que se encaixa em nossas superações:

    E você aprende que realmente pode suportar... que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida!
    Willian Shakespeare

    Bjks
    Kelly

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    1. Valeu Kelly, show , copiando, rsrsrs... "Você realmente pode suportar"
      só depende de você...
      Sassá.

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  7. Muito massa, por onde passava só via Jacarés.
    parabéns galera

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    1. Valeu Luiz, show de bola, mas você também também faz parte desta História, foi muito bom vê-lo em ótima forma, participando com a alegria e satisfação de sempre, com dever cumprido...
      Um grande Abraço, da da Família Jacaré de Conga.
      Sassá.

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