OS PASSOS DE ANCHIETA - ES - 19-20-21-22/06/2014

No último feriadão de Corpus Christi foi realizado mais uma caminhada OS PASSOS DE ANCHIETA, no estado do Espirito Santo.
Foi o 17º ano consecutivo que esta caminhada é realizada.
São 100 km de caminhada percorridos nos quatro dias, na quinta feira, na sexta feira, no sábado e concluindo o percurso no domingo.
A saida é na Catedral de Vitória, indo no primeiro até a Barra do Jucu, no segundo dia saindo da Barra do Jucu até a Praia de Setiba, no terceiro dia saindo da Praia de Setiba e indo até Meaipe, no ultimo dia sai de Meaipe e chegando a cidade de Anchieta.
Ao percorrer essa caminhada, o ANDARILHO (assim que se caracteriza os caminhantes) revive os passos que o Padre José de Anchieta fazia no século XVI. O caminho total faz com que o Andarilho atravesse os municípios capixabas de Vitória, Vila Velha, Guarapari e Anchieta.
Desde 2010 estava tentando participar desta caminhada e conhecer toda a organização do evento, pois sendo 100 km, divididos em 04 dias e sempre adiante torna-se algo desafiador.
A alguns meses atras, graças a DEUS eu já tinha efetuado a compra das passagens aereas, inscrição e resolvi também fechar o "pacote" das estadias e transfer que me foram fornecidos pela organização do evento, a ABAPA - Associação Brasileira dos Amigos dos Passos de Anchieta.
Sem conhecer nada tanto do evento, quanto da ABAPA e também da região, que fosse como DEUS quisesse.
Marinheiro de primeira viagem, eu e a Luisa levamos tres malas, fazendo uma determinada programação imaginável.
Sabíamos que haveria um sistema de transporte das bagagens de um local para o outro todos os dias da caminhada.
Chegou o dia da viagem, alguns dias antes já houve algumas mudanças nos horarios de voos devido a copa do mundo.......mas tudo graças a DEUS, começou sincronizado, com tempo aberto em São José, voo no horario, chega em Guarulhos, aguarda o outro voo e tudo sincronizado.
Chegando a Vitoria, optamos por um taxi por não sabermos como funcionava o transporte coletivo, chegamos tranquilamente no hotel, o qual estava uma rua paralela abaixo da Catedral tendo apenas 52 degraus para subir até a mesma, e não tinha outra opção...rsss
Eles consideram a parte alta e a parte baixa do centro de Vitoria e várias opções de subir, todas por escadas.
No hotel, varios andarilhos presentes, muitos pela primeira vez e outros já "tarimbados" na caminhada.
Como sempre, JACARÉ que se preze, levanta cedo e vai cedo para o local de largada,  e sabendo que teriamos que subir as escadas, aproveitamos para tomar um otimo café da manhã e carregar as malas.
Catedral maravilhosa, passando por uma reforma completa, uma grande praça na frente, tendas de retirada de crachás de participação, de carimbo das fichas, para comprovar que voce passou em todos os pontos, sistema de som, transportadores de bagagem (R$ 8,00 por mala) e uma locutora dando todas as informações possiveis e "tentando" organizar as coisas.
"Tentando" organizar, pois aqueles que já estavam acostumados com a caminhada já iam se adiantando.
Uma linda missa as 07.00 hs para os caminhantes, Catedral lotada, prefeito de Vitoria e de Anchieta presentes e um Senhor, Deputado Estadual, o qual iria fazer toda a caminhada.
Na Catedral eu já observava as mais variadas camisetas usadas pelos andarilhos, com logotipos de caminhadas que nem imaginava existir, das mais variadas regiões do pais.
Após a missa, a praça já estava totalmente tomada pelos andarilhos, onde houve um alongamento para os caminhantes, mais uma benção do padre e começou o que viria a ser algo de fantástico, maravilhoso e emocionante.
Saindo da Catedral, já encontravamos o Palacio Anchieta, antigamente era o Colégio São Tiago da Ordem dos Jesuitas. 
Já de imediato, descer os degraus retornando para a parte baixa, caminhando por um dos pontos do porto, seguindo pelas ruas até a TV Gazeta. Lá, eramos obrigados a seguir de onibus até o Convento N. Sra. da Penha, uma vez que teríamos que atravessar a terceira ponte, e até chegar na mesma eu não tinha entendido o porque de irmos de onibus (onibus da organização), mas quando entramos na ponte, eu pude ver a grandiosidade da mesma, pois não se enxergava a outra ponta. Uma passagem e uma  paisagem muito bonita.
Descendo no onibus na praça em frente ao convento, uma banda do exercito havia acabado de fazer uma demonstração para os que chegaram antes, pois eram varios onibus.
Ali já havia postos de carimbo e víamos o que nos aguardava, quando olhávamos para cima para enxergar o convento. Ladeira acima, em uma estrada de pedras irregulares e aqui já de imediato o cajado que a Adriana emprestou era o grande trunfo da Luisa.
Chegando na primeira parada da subida a imagem era impressionante da cidade e da ponte, subindo até a capela do convento então, parecíamos estar voando, pois acima o céu azul e abaixo tudo o que se possa imaginar. Havia um forte vento no local e ali ficou meu boné que eu usava, pois o mesmo voou e não tinha como recupera-lo devido a altura.
Um detalhe neste convento e em outros locais que passamos é que existem varias construções em cimas de pedras gigantescas.
Ao sairmos do convento, chegando a rua, onde haviam neste momento pouquíssimos andarilhos, pois cada um participa do seu jeito, eu não sabia por onde seguir, quando perguntei a um policial que estava controlando o transito e ele disse "não tem como o senhor se perder, olhe sempre para o chão, nos postes, nos palanques amarelos, que sempre haverá alguma indicação por onde ir"....e realmente estava muito bem sinalizado, de fácil localização e em sequencia. Logo estávamos passando por baixo da terceira ponte, o que me deixava ainda mais  perplexo devido a grandeza daquela obra.
Marinheiros de primeiro viagem, como mencionei antes, também levamos mochilas nas costas na caminhada contendo agua, frutas, chocolate e outros. Alguns quilometros de caminhada ao passarmos por umas casas encontramos um "oásis", (é assim que eles chamam), onde a comunidade se reune, instalam barracas e até abrem as portas de suas casas para oferecer aos andarilhos, frutas, sanduiches, café, agua, banheiros, onde tem uma estrutura toda a disposição dos  participantes.
Logo após o primeiro oásis, chegamos a uma avenida beira mar onde os moradores preparavam o tapete de serragem para a programação da igreja católica. Duas curiosidades neste momento, o tapete foi feito no calçadão da orla e eles colocam lona preta sobre a calçada e em cima da lona confeccionam o tapete de serragem, o que facilita a limpeza depois.
Saindo da orla entramos em uma estrada de chão, sempre paralelo a praia onde logo chegamos ao termino da caminhada no primeiro dia, na Barra do Jucu, com uma farta mesa de frutas nos esperando, receptividade por parte da organização e um grupo folclorico para fazer uma apresentação.
Retiramos nossa bagagem, e a organização nos levou até a pousada da primeira noite, na praia de Setiba, a qual seria também nossa estadia no segundo dia, pois era naquele local a conclusão do segundo dia de caminhada.
Quando chegamos na pousada neste primeiro dia, ainda houve tempo para passear na orla e tirar uma ou outra foto, fazer um lanche, cair na cama e estar preparado para o segundo dia.
Na manhã do segundo dia, onibus na porta da pousada para pegar os andarilhos, levar até Barra do Jucu e lá seguirmos em nosso segundo dia.
Novamente uma missa na igreja da praça central da BARRA, depois comprar capa de chuva, para se proteger, porque a mesma já estava presente.
O dia com a maior quilometragem a cumprir, sendo 28 km, onde provavelmente fizemos 25 deles debaixo de chuva e um vento muito forte.
Nem guarda chuva e sombrinha resolviam.
Não houve como ficar tirando fotos devido a estes dois fatores, chuva e ventos.
Neste segundo dia também haviam os "oásis" e haja café para amenizar a chuva e o frio.
A maior parte da caminhada neste dia foi praticamente a beira mar, ou por estradas de terra ou pela areia da praia mesmo e haja lama, barro e muita agua acumulada pelo caminho.
Em determinado ponto neste dia, os andarilhos eram avisados pela organização de faltava 12 km para fechar o percurso e que nestes 12 km, não havia nenhum "oásis" e se voce preciso de apoio o mesmo iria demorar devido ao dificil acesso para tal, e que se alguém não se achasse capacitado para caminhar estes quilometros finais neste dia, era ali que teriam que parar e serem transportados pelo apoio até a praia de Setiba.
Eu e a Luisa seguimos adiante, uma orla maritima sem fim, chuva, fortes ventos, e a Luisa resolveu tirar o tenis e caminhar só de meia, o que para ela foi relaxante. Na parte final deste dia, saimos da areia e entravamos em uma estrada de chão, que melhor seria uma estrada de agua, de tanta agua acumulada, transformando num verdadeiro pantanal a estrada.
E enfim chegamos ao ponto final do segundo dia, carimbando nossas fichas, onde havia algumas opções de restaurantes na orla da praia, almoçamos ali mesmo, apesar de ser 16.00 hs., ficamos observando os andarilhos que chegavam depois com muita festa e alegria, e como estavamos bem proximos da pousada, nos recolhemos para o 3º dia.
No sabado, mesma rotina, levantar cedo, um café bem reforçado e fomos saindo da pousada agora com as bagagens porque nossa estadia era em Meaipe. Saindo da pousada um veiculo da organização nos aborda, o motorista pergunta, onde iamos com as malas e ele informava que estava indo na pousada para carregar as bagagens de todos os andarilhos.....que moleza...rsss
Indo até o local de saida do 3º dia, mais umas fotos, mais uma missa agora em Setiba, em uma igreja de uma praça na praia.
Seguimos nossa caminhada, atravessando algumas ruas das comunidades, entrando em praias, voltando as ruas das comunidades, de novo praias até um ponto onde a indicação informava para entrar na trilha. Entrando na trilha, iamos sendo presenteados com paisagens maravilhosas, passando por propriedades particulares e encontrando pela frente enormes pedras a beira mar, a qual tinhamos que subir, descer, subir, descer, passar por córregos, havendo em um ponto o auxilio de Bombeiros para qualquer eventualidade. Toda a extensão que passamos por estas pedras a passagem é autorizada somente neste dia, pois tudo são propriedades particulares, com seguranças e ninguém tem acesso.
Havia em um dos "oásis" nestas pedras o fornecimento de café expresso,  com algumas maquinas instaladas por um café da região. Após passar as pedras chegamos ao calçadão de uma praia maravilhosa, temperatura propicia para banho de mar, ciclovia a disposição, mais algumas comunidades, passagem pelo POÇO DOS JESUITAS, depois na praça da Igreja N. Sra. da Conceição, que para chegar a mesma havia uma subida enorme em paralelepipedo, retornamos a outro calçadão a beira mar, areia e ai entramos em uma rodovia estadual a beira mar, talvez a parte mais critica e desafiadora da caminhada, pois além do sol neste dia, a distancia que caminhamos nessa rodovia foi enorme, e era uma reta sem fim. Retornamos a uma avenida beira mar e chegamos a Meaipe, onde fomos recebidos pelos andarilhos que chegaram antes com gritos e  aplausos. Mais um merecido lanche na praia, pegar bagagens e esperar o apoio levar a nova estadia neste penultimo dia de caminhada.
Domingo, ultimo dia da caminhada, de madrugada uma forte chuva, pela manhã, uma chuva amena, mais um otimo café da manhã, colocar capa de chuva, despachar bagagens e iniciar os ultimos quilometros de uma maravilhosa e incrivel caminhada. Neste dia não havia missa pela manhã, porque haveria uma missa as 13.00 hs na igreja de ANCHIETA para aqueles que lá chegaram até esse horario, e eu e a Luisa resolvemos seguir de imediato no caminho sem aguardar a largada oficial do mesmo.
Passos rapidos, saimos da praia, entramos em outra rodovia estadual, logo depois e uma estrada municipal, passando pelos sinos de mineração que transportam os minérios até o porto proprio.
Entramos em mais uma comunidade, novamente estavamos em uma avenida beira mar, onde havia um "oásis" EXCLUSIVO com cachaças tipicas da região e alguns produtos tipicos, o que não tinha como não experimentar, ainda mais chovendo e frio.
Esquentamos, reforçamos e seguimos em frente entrando em uma estrada de chão, que mais parecia um banhado, onde não havia como não continuar sem sujar os tenis na lama. Passamos por um dos PROJETOS TAMAR, chegamos a outra praia onde a receptividade era fantastica também, praia esta frequentada por surfistas. Mais uma praia e graças a DEUS estavamos em Anchieta com 00:45 min de antecedencia  a missa programada pela organização.
Muita chuva.....uma ultima subida até a praça da IGREJA e lá eramos recepcionados pelo locutor do evento, pelas pessoas da comunidade, organizadores e andarilhos que já haviam concluido a caminhada.
Participamos da missa, retiramos a bagagem e pegamos o transfer de Anchieta para Vitoria onde iriamos ficar hospedados para retornarmos na segunda feira.
Foi uma INCRIVEL experiencia.
Encontramos durante a caminhada, o Carlos, o qual foi nosso vizinho aqui e agora reside em Curitiba. No hotel em Vitoria, no domingo, quando retornamos de Anchieta, encontramos uma casal que reside aqui no Aristocrata.
Conversamos com alguns andarilhos nas pousadas e ficamos sabendo de inumeras caminhadas que existem por esse país maravilhoso...caminho da luz, caminho das missões, caminho da fé e tantos outros.......200 km, 300 km...450 km........e por ai vai.
Pessoas de todas as regiões do Brasil, de todas as faixas etarias.
Essa foi a 17ª caminhada e estavam presentes varias pessoas que já fazem a mesma a mais de 10 anos.
Um organização impecável, uma dedicação sem precedentes, um atendimento maravilhoso, as comunidades se unindo e oferecendo o que tinham de melhor para os andarilhos. Segurança e preocupação com os andarilhos em todos os sentidos.
O SANTO JOSÉ DE ANCHIETA, com certeza, revigora os andarilhos durante a noite, fazendo com que todas as dores, todo o cansaço que se obtém no dia da caminhada, não seja sentido no próximo dia.
As paisagens maravilhosas que  DEUS nos deu, e permite que desfrutamos são incriveis.
Agradeço a DEUS por permitir e dar este presente em estar presente nesta caminhada que desde 2010 vinha tentando fazer.
Agradeço a DEUS por permitir que a Luisa realizasse a mesma caminhando 100% sem esmorecer, sem se entregar, tendo um gás incrível todos os dias.
Agradeço e parabenizo ao Lilico, o qual não conheci pessoalmente, o organizador deste evento, com o qual troquei vários e-mails desde 2010, a Monik e a Flavia que foram os contatos, as organizadoras de nossas estadias, transfer, transporte de bagagem e tudo mais.
Que DEUS permita que TODOS eles jamais desanimem e desistam de realizar esta caminhada porque ela é MARAVILHOSA POR DEMAIS, e como diz um conhecido meu, TOTALMENTE EXCELENTE.
E já falei para alguns e reforço aqui.........VALE A PENA, É GRATIFICANTE, FANTASTICO........se organizem, se preparem, coloquem como um objetivo fazer a mesma e não irão se arrepender.
VIAJAR É VIVER.......VIVER É SER FELIZ......SER FELIZ É APRECIAR OS MOMENTOS AGRADÁVEIS e SIMPLES QUE A VIDA NOS OFERECE...........É CONTEMPLAR A NATUREZA...........É ESTAR COM A FAMÍLIA, COM OS AMIGOS E PROCURAR QUALIDADE DE VIDA EM CADA ATITUDE NOSSA.

PASSAGEM AEREA CURITIBA - VITORIA - CURITIBA...............R$     5X
HOSPEDAGEM NOS LOCAIS DA CAMINHADA.........................R$     3X
DESPESA COM TRANSPORTE DE BAGAGENS..........................R$     1X
DESPESAS COM ALIMENTAÇAO..............................................R$       X

A ALEGRIA DE CONCLUIR ESSA CAMINHADA, A FELICIDADE DE PODER INICIAR E TERMINAR ELA TOTALMENTE, AS BELEZAS NATURAIS PELAS QUAIS PASSAMOS, O CONVÍVIO COM PESSOAS DAS MAIS DIFERENTES REGIÕES, A SUPERAÇÃO, OS PASSOS FIRMES, CAMINHAR KMs E KMs SOB A CHUVA, SOB O SOL, ENCARAR O VENTO FORTE E DE FRENTE, ANDAR SÓ COM MEIAS NOS PÉS, CHEGAR EM COMUNIDADES QUE NÃO PERGUNTAVAM NADA E OFERECIAM TUDO, VER E SENTIR O QUÃO GENEROSO, HUMILDE  E HOSPITALEIRO É O POVÃO BRASILEIRO.    ..............R$   não tem preço.


VALEUUUUUUUUUUU
Claudio L. Guras

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